segunda-feira, novembro 29, 2004

Declarações dos protagonistas


Orlando Duarte
Satisfeito com o resultado, mas não tanto com a exibição da Selecção Nacional nos primeiros 23 minutos da partida. Foi desta forma que Orlando Duarte surgiu na Sala de Imprensa no final do encontro que colocou frente a frente Portugal e a Itália, naquele que foi o primeiro jogo das duas formações na segunda fase do Campeonato do Mundo de Futsal.
“Entrámos com algum descontrole emocional”, reconheceu o responsável técnico luso, que lembrou que “provavelmente oitenta por cento dos jogadores portugueses estão pela primeira vez a disputar um Mundial”. “Durante a primeira parte e os três minutos iniciais da segunda a equipa não esteve bem. Cometemos muitos erros e fomos obrigados a corrigi-los. Em termos defensivos não estivemos tão certos, pressionámos mal as linhas de passe e a bola”, referiu.
Ainda assim, Orlando Duarte afirmou que, apesar da sua formação ter ficado aquém daquilo que esperava, nomeadamente no período já referenciado, “em termos de atitude não há nada a apontar” aos atletas, garantindo que a equipa não teve falta de ambição.
Para o treinador português, a nossa Selecção teve “alguma sorte” na forma como passou incólume pela fase de maior pressão dos transalpinos - três minutos iniciais da etapa complementar - mas, passado esse período, Portugal “foi melhor e criou mais oportunidades para marcar”. “Nos últimos 17 minutos já estivemos ao nosso nível, acabando mesmo a partida com maior tempo de posse de bola do que a Itália”, precisou.
Orlando Duarte lembrou, por outro lado, que o adversário de hoje “não é uma equipa qualquer”, sendo mesmo apontada como uma das mais sérias pretendentes ao título. “Ontem li algumas declarações de jogadores italianos, nas quais os atletas apenas se referiam apenas à Espanha e à República Checa [como candidatos à passagem às meias-finais]. Hoje demos a devida resposta. Pela forma como decorreu o jogo, fiquei feliz com o empate, mas ficaria muito mais se tivéssemos ganho”, afirmou.

Elogios a Israel
“Não gosto de individualizar as prestações dos meus jogadores, mas hoje vou fazê-lo até porque o atleta de quem vou falar não tem sido muito utilizado: o Israel esteve excepcionalmente bem. Fez um jogo fabuloso”, prosseguiu o técnico nacional, acrescentando: “É assim que os jogadores devem funcionar, ou seja, devem demonstrar aos treinadores que merecem jogar mais tempo e ele hoje demostrou-me isso mesmo”.
Sobre a partida de amanhã, diante da República Checa - “uma equipa muito compacta”, Orlando Duarte considera que vai ser “mais uma final”, para a qual Portugal partirá com a aparente de vantagem de saber à partida o resultado do encontro entre a Espanha e a Itália, que se realiza duas horas antes. “Ficamos com margem de manobra para saber aquilo que devemos fazer”, explicou.

Outros protagonistas

Marcelinho
“Entrámos um pouco adormecidos e com receio de atacar. Essa postura prejudicou-nos porque gostamos de jogar de forma ofensiva. Passámos por sérios problemas e a Itália teve algumas hipóteses de se adiantar no marcador, mas o João Benedito fez hoje uma grande exibição. A partir dos primeiros minutos da segunda parte, conseguimo-nos soltar e passámos a dominar o jogo, até porque a Itália acusou um pouco o esforço.
É complicado jogar partidas tão intensas em tão curto espaço de tempo, mas é o calendário e já sabíamos que seria assim. Quem entra para dentro de campo não pode economizar forças, não pode pensar no próximo jogo, porque o encontro actual é sempre o mais importante.
O jogo com a República Checa vai ser muito difícil. Vamos precisar de correr muito para levarmos de vencidos os checos. São jogadores muito fortes fisicamente, que defendem muito e partem com perigo para o contra-ataque. Temos de ter paciência e acreditar sempre na vitória”.

Formiga
“Entrámos um pouco ansiosos e não conseguimos seguir as instruções do Seleccionador Nacional. Com o decorrer do jogo soltámo-nos mais. Nos últimos dez minutos tivemos o domínio completo do jogo. Acho que a equipa se portou bem, atendendo ao valor da Itália. Tivemos a estrelinha da sorte e um guarda-redes muito concentrado. Não tivemos tantas oportunidades como a Itália, mas aquelas que tivemos foram mais flagrantes.
O jogo com a República Checa vai ser mais um daqueles jogos imprevisíveis. Os checos são muito fortes fisicamente e constituem uma boa Selecção. É uma equipa que está ao nosso alcance, mas para isso teremos de trabalhar muito”.

Gonçalo
“Defrontámos uma grande equipa, recheada de excelentes jogadores que actuam em campeonatos muito competitivos. Os italianos estão habituados a jogar nestas competições de grande responsabilidade. Além de uma ponta de sorte, acho que jogámos muito bem e poderíamos, até, ter ganho o jogo.
Amanhã, vamos ter um jogo completamente diferente. Imagino que a República Checa vá defender no seu meio campo, muito atrás, pelo que teremos de ter muita paciência e estar muito concentrados. Teremos de assumir mais as despesas do jogo, até porque essa partida poderá significar a qualificação”.

Israel
“É óptimo saber que o Seleccionador Nacional destacou a minha exibição, mas o mais importante foi o colectivo e o facto de termos conseguido alcançar um bom resultado. Sinto-me bem ao ouvir essas palavras que me dão mais força para o futuro. Em certas alturas do jogo de hoje - principalmente nas bolas que bateram nos postes - tivemos alguma felicidade, mas não há campeões sem sorte. Continuamos a pecar na finalização, a falhar muitos golos. Criamos muitas oportunidades, mas não conseguimos concretizá-las e esse é um aspecto a rever. Em quatro jogos temos apenas um golo sofrido, o que é de louvar numa modalidade como o Futsal.
Amanhã queremos ganhar à República Checa para que possamos depender só de nós para alcançarmos a qualificação para as meias-finais na última partida com a Espanha”.

Fonte: site oficial FPF

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