segunda-feira, maio 17, 2010

OPNIÃO - O Futsal visto do aeroporto

 A viagem da Seleção Nacional Sub-17 para o Liechtenstein não afastou alguns elementos da comitiva portuguesa do campeonato nacional de futsal.

 A escala em Frankfurt serviu para que eu e alguns elementos ligados à FPF, que também seguem atentamente a modalidade, sabermos como estava a correr o início desta 2.ª fase.
 O clima de interesse gerado em torno do resultado do único jogo que estava a decorrer - Alpendorada-Sporting - fez-me sentir orgulhosa pelo interesse cada vez maior que a modalidade está a ter.
 Ainda assim, fico apreensiva por não se vislumbrar a realização de um Campeonato da Europa em camadas jovens de futsal...

A criação de uma Seleção Sub-21 em futsal foi uma das grandes batalhas de Orlando Duarte na FPF. Aliás, o selecionador que agora termina mandato sempre defendeu que deveria haver uma equipa mais de base, Sub-19. Espero que com a saída do técnico não haja um retrocesso e que finalmente as entidades competentes percebam que o topo de todas as pirâmides está dependente de uma base firme.
 Sem formação, o futsal morre, tal como as espécies desaparecem se não houver renovação.

 Mas regressando ao presente...

 À partida da Seleção Sub-17, de futebol, para Zurique estava confirmada a primeira surpresa (ou talvez não) da tarde: o Alpendorada venceu ao Sporting. À noite tive a confirmação de que o Benfica também tinha suado para conseguir levar de vencida o Fundão.
 Estes resultados não me surpreendem de todo. Em primeiro lugar, a competência e valor de José Vanconcelos e José Luís, técnicos das equipas visitadas, já tinham sido demonstrados em outras ocasiões.
 Instituto D. João V e Belenenses também mostraram que estão na luta pelo título, que poderá ser o mais disputado desde que há este novo modelo competitivo.

Publicada em Record Online

sexta-feira, maio 07, 2010

OPINIÃO - A escolha de Orlando Duarte

Esta quinta-feira foi um dia triste para a Seleção Nacional de futsal: Orlando Duarte anunciou que não vai renovar o contrato que o liga à Federação Portuguesa de Futebol.

Considero o dia triste porque, na minha opinião, trata-se de um dos melhores treinadores do Mundo. Com a sua saída fecha-se um ciclo importante, o ciclo em que a modalidade finalmente ganhou algum reconhecimento, apesar de ainda não estar ao nível que merece, e atingiu feitos históricos.

Foi a Seleção de Orlando Duarte que alcançou o 3.º lugar no Campeonato do Mundo da Guatemala e, em janeiro, a medalha de prata no Campeonato da Europa. Foi também sob o comando deste treinador que os melhores jogadores portugueses evoluíram e creio que atletas como Pedro Costa, João Benedito, Arnaldo, Ricardinho ou até o agora treinador André Lima reconhecem o que aprenderam com este "mister".
 A juntar a tudo isto há os títulos no futsal universitário, onde se destaca um Campeonato do Mundo.

 Muito se fala agora de possíveis sucessores e, para já, tudo não passa de opiniões. Pelo menos oficialmente não se conhece qualquer abordagem.

 Defendo que um selecionador deva ser do país de origem e cá em Portugal não faltam técnicos capazes. Considero Orlando Duarte o melhor técnico nacional, mas a experiência internacional ajudou a que chegasse a este nível e não é por acaso que é instrutor da FIFA.

 Contudo, ninguém nasce com a experiência e há inúmeros treinadores que considero terem perfil para o cargo, sendo certo que não têm a mesma experiência internacional. Não sei ao certo qual o perfil pretendido pela FPF, que pode promover a continuidade, e neste caso conta já com um excelente treinador nos quadros, Jorge Braz, ou a renovação.

 Aqui as hipóteses são muitas e entre os nomes propostos no meio "futsalístico" - em sites da modalidade - encontram-se o campeão da Europa André Lima, Paulo Fernandes, Alípio Matos, Paulo Tavares ou até o selecionador da Croácia, Tiago Polido. Mas tudo não passa de pura especulação.

 Enquanto não se conhece o novo selecionador nacional resta-me desejar boa sorte a Orlando Duarte e que o sucessor honre bem a "camisola" que vai herdar.

Publicada em Record Online

domingo, maio 02, 2010

OPINIÃO -E agora... o “desnecessário” playoff

 A fase regular do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão terminou com algumas novidades de última hora. O líder mudou na derradeira ronda e formações que habitualmente lutavam pelos lugares cimeiros - como SL Olivais ou FJ Antunes - vão jogar pela permanência.


 O Sporting surpreendeu ao tornar-se vencedor da prova, depois de passar muitas jornadas no 2.º e 3.º postos. Nos leões destaca-se ainda o rei dos goleadores, Cardinal, que demonstrou uma pontaria letal (com 38 golos), também notada no Campeonato da Europa, em que ficou bem perto do topo.

 Mas voltando ao campeonato...
Ainda não me adaptei à ideia de uma equipa terminar uma prova em primeiro lugar e não ser campeã. Sim, assumo-me claramente como anti-playoff!

  O espectáculo pode melhorar (ou não) e temos a oportunidade de ver mais jogos entre os denominados "grandes".
 No entanto, onde está o benefício para quem mais apostou nestes 26 jogos? E a regularidade, onde é que é premiada?

 Outro aspecto que me faz ser contra o playoff é o facto de o nosso campeonato não ser tão equilibrado quanto por exemplo o espanhol. Na terra de "nuestros hermanos" as formações equiparam-se e os jogos da fase final mantém a mesma espectacularidade.
Até que ponto é que isso acontece no nosso país? Não acontece...
 Certo é que desde que foi inserido este sistema, têm sido sempre os mesmos finalistas: Benfica e Sporting ou o Belenenses.
Será que o futsal português beneficia com isto? Continuo a acreditar que não.


Publicada em Record Online