Datado de 13/04/04, a FPF distribui o Comunicado Oficial nº 370, que entre outros artigos, versava dois pontos, que considero importantes para a MODALIDADE DE FUTSAL – para mim é modalidade e não variante – que considero merecedora de atenção de todos os interessados no futsal e que demonstra, uma vez mais, a necessidade de criação de um departamento (no interior da FPF) exclusivamente para a modalidade. Analisemos ambos os pontos:
1. - Play offs
Começo por informar que sou contra este género de decisão de provas, pois defendo que um campeão deve ser decido pelo conjunto de jogos durante oito/nove meses em que uma equipa demonstra a sua regularidade e não por uma tarde de azar que pode terminar com todo um trabalho de meses. Meus amigos, alguém duvida que seria uma injustiça que o Sporting este ano não fosse campeão? – isso poderia acontecer se o titulo fosse decidido em play off.
Esta é a minha opinião e aceito a opinião da maioria que acha muito bom para a Modalidade a inclusão dos play off, esperando grandes resultados (materiais) e grandes espectáculos, nos últimos jogos. Esperemos que sim!
Mas se aceito isto, não posso aceitar a forma como eles irão ser disputados!
Como determinado pela FPF (alguém perguntou aos clubes?) a equipa classificada em pior lugar, terá direito a jogar primeiro em casa!!! Podendo ter a sorte de conseguir um resultado surpresa e poder no segundo jogo, apostar numa defesa porfiada e conseguir a eliminação de uma equipa mais forte! Não seria mais desportista a forma de disputa – aceite em todas as modalidades – em que se dá o direito à equipa melhor classificada, na primeira fase – a mais regular – a sair na frente para a eliminatória ?
Quanto aos Play out, diz o Comunicado Oficial que serão disputados a uma volta. Qual o critério de escolha do terreno de jogo? Sempre em Lisboa (Estádio Nacional?) A meio do caminho? (quem determina o meio do caminho?) ou em casa do pior classificado?
Que acham sobre isto, caros amigos?
2. - Treinadores de nível III
O mesmo Comunicado Oficial, determina que a partir da próxima época, só podem exercer actividade numa equipa de I Divisão treinadores com o nivel III – subentende-se que se pode dar um pouco a volta ao texto (se quiserem eu explico posteriormente) utilizando uma “chico espertice” no qual os portugueses, são bons), mas no essencial o que conta é a primeira determinação.
Mas como todos sabemos, a FPF nunca realizou um curso de nível III – e só ela pode realizar – então como podem exigir essas habilitações? Dir-me-ão que há treinadores com esse nível, ao que eu respondo afirmativamente, mas todos ele foram alvos de atribuição de equivalências dadas pela Federação. Sem discutir critérios (até porque não sou treinador) sem de casos bizarros de recusa e atribuição dessa equivalências, que o melhor é ficarmos por aqui...
O que me interessa é que ninguém pode impor ao meu Clube – ou qualquer outro- a obrigação de procurar um desses treinadores ou impedir a continuação – ou contratação – de um treinador sem esse nível.
Para mim o assunto é pacifico, a FPF tem duas formas de solucionar o problema.
- O primeiro, mandar adiar a entrada em vigor da determinação publicada no comunicado, para data posterior à realização de um curso Federativo de nível III.
- Ou realiza um curso de nível III (em qualquer ponto do país) ordenando que as Associações realizem antes cursos de nível inferior e assim coloca todos os treinadores, em pé de igualdade – não é verdade, pois uns terão que pagar e outros não pagaram.
Os clubes não podem ser vítimas de decisões tomadas em cima do joelho! Agora, não dar cursos e obrigar os treinadores a tê-lo é no mínimo espantoso...
Chamo a atenção, para a falta de sensibilidade da realidade de Futsal que tiveram os dirigentes votaram tal proposta (quem a apresentou?) e incluo a Associação de Treinadores de Futebol, que demonstrou não estar actualizada na realidade da Modalidade
Caros amigos, eu penso assim! E Vocês, o que pensam?
Um abraço!
Manuel Pina
(Director-Geral G.D. Fundação Jorge Antunes)
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