segunda-feira, outubro 11, 2004

Heróis de Guatemala reconhecidos

Terça-feira 28 de Setembro de 2004 é um dia para ficar gravado na história do futsal nacional: o seu valor e feitos foram finalmente reconhecidos. O processo “Guatemala” foi encerrado e os 14 jogadores e dois elementos da equipa técnica da Selecção Nacional vão receber por parte do Governo (através do Instituto do Desporto de Portugal – IDP) o prémio relativo ao terceiro lugar alcançado no Campeonato do Mundo de 2000.
Faz no dia 3 de Dezembro quatro anos que a Selecção Nacional alcançou um brilhante 3.º lugar no Campeonato do Mundo da Guatemala, naquela que foi a primeira participação da prova. A partida para a América Latina foi discreta, praticamente anónima, mas no regresso foram recebidos com toda a pompa. A Comunicação Social apareceu em peso, tal como os dirigentes, para receberem estes heróis desconhecidos.
Contudo, a euforia foi efémera e depressa se esqueceu o feito. Curiosamente ninguém se lembrou que estas medalhas de bronze valiam um reconhecimento oficial...

A descoberta de uma lacuna
Foi numa conversa informal, durante uma entrevista que tomei conhecimento de que havia qualquer coisa que não batia certo.
A minha curiosidade levou-me a procurar a legislação relativa à atribuição de bolsas a medalhados em provas internacionais. Deparei-me então com a Portaria nº.211/98, documento que refere a atribuição de um prémio a modalidades olímpicas que se classifiquem nos três primeiros lugares de campeonatos da Europa, do Mundo ou Jogos Olímpicos têm direito a um prémio. O futsal, como se sabe, não faz parte do programa olímpico, contudo, uma excepção pode ser aberta se a entidade responsável pela modalidade (neste caso a FPF) envie um pedido ao IDP.
Contactadas as instituições, ninguém quis assumir as culpas, afinal já tinha passado muito tempo e para muitos o assunto já estava mais do que encerrado, se é que alguma vez o consideraram aberto...
A situação aconteceu na época em que existia o já extinto INDE, pelo que a Direcção do "substituto" IDP não tinha conhecimento de nada, mas numa prova de boa vontade aceitaram reabrir o processo.
Após quatro meses de investigação e cerca de 9 meses de estudo do processo finalmente saíram os resultados. Num país de injustiças a justiça acabou por ser feita. Resta saber quando é que os técnicos Orlando Duarte e Luís Almeida e os jogadores Nanã, Toni, João Benedito, Vitinha, Majó, Pedro Costa, Ivan Dias, Miguel Mota, António Teixeira, Arnaldo, Formiga, Nelito, André Lima e Zezito receberão o prémio, que já está na FPF...

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