Contra (quase) todas as previsões, o Boavista conquistou brilhantemente a Supertaça ao vencer um irreconhecível Benfica por 4-2. O segredo esteve numa estratégia delineada de forma perfeita por Rui Pereira, jogando com todas as armas que tinha ao seu dispor.
O GR Alexandre foi um monstro na baliza, tanto pelas defesas efectuadas, como pelo enervamento causado aos adversários, abusando nos “chamamentos” do massagista.
O Benfica nunca encontrou o antídoto correcto para contrariar o espírito solidário dos axadrezados, que assim cometerem uma proeza, ao conquistarem o seu primeiro troféu na divisão máxima do futsal português.
O Benfica alinhou com: Bruno Tavares, Rogério Vilela, Zé Maria, André Lima e Ricardinho.
Alinharam ainda: Miguel Almeida, Majó, Nélito e Jardel.
O Boavista alinhou com: Alexandre, Ricardo Pereira, Artur Camarão, Natanael Júnior e Guga.
Alinharam ainda: Marcos, Guri, João Teixeira, Ramada e Lipa.
Golos: André Lima (2); Guga (2), Guri e Ricardo Pereira.
Início de jogo trouxe um Boavista a tentar surpreender com uma 1ª linha bem subida e apostando claramente num 3:1, com Guga como referência ofensiva.
Todavia, esta estratégia não pareceu incomodar os encarnados, os primeiros a criar a primeira situação de frisson, com um grande remate de Ricardinho de meia-distância. Na resposta, Júnior obrigou Bruno Tavares (que apareceu no lugar do lesionado Zé Carlos) a uma defesa bem atenta.
O 1º golo surgiu aos 3 minutos, numa boa iniciativa do inevitável André Lima, que contou com a colaboração do GR Alex. A bola fugiu-lhe entre as mãos, num remate defensável de meia-distância.
O Benfica valorizava bem a posse de bola, mas foi surpreendido numa bola parada muito bem executada. Ricardo Pereira assistiu Guga na ala direita e o pivot brasileiro colocou a bola no buraco da agulha, com o GR Bruno Tavares também a não ficar isento de culpas. 1-1 no marcador.
A equipa de Rui Pereira ganhou novo alento, apostando como se previa nas acções de contra-ataque, e foi assim que quase se colocou em vantagem aos 8 minutos, com a bola a passar muito perto do poste direito da baliza contrária.
A meio da 1ª parte, Rui Pereira pediu o seu minuto de desconto, pois sentiu que a sua equipa começava a encostar-se em demasia aos 10 metros, com proveitos para o Benfica, que passava a incomodar com frequência Alex.
Os axadrezados apareceram mais equilibrados, contestando a superioridade contrária com as suas armas e viram mesmo o adversário a atingir a 5ª falta, a 4 minutos do intervalo.
Pouco depois, o Benfica esteve muito perto do golo, com Jardel e Zé Maria a falharem de forma incrível, à boca da baliza, depois duma bela iniciativa de Miguel Almeida.
A estratégia do Boavista parecia resultar em pleno até porque, sempre que podia, aproveitava para quebrar o ímpeto contrário, ora em reposições de bola sempre calmas, ora em chamadas providenciais do seu massagista.
Os pupilos de Adil Amarante procuravam afincadamente ir para o intervalo em vantagem e o treinador encarnado pediu mesmo o seu minuto, quando o adversário também chegou às 5 faltas.
André Lima foi isolado na ala direita e cavou mesmo nova falta a Artur Camarão. O capitão do Benfica foi para a marca dos 10 metros, mas rematou muito mal, ao lado da baliza.
Poucos segundos depois, os papeis inverteram-se. André Lima fez a 6ª falta sobre Camarão. Guri foi para os 10 metros e não deu a mínima hipótese de defesa a Bruno Tavares.
Ricardinho revelava inconformismo e também foi derrubado em falta por Guri. André Lima voltou aos 10 metros e voltou a falhar.
Com muita sapiência e eficácia, o Boavista chegava ao intervalo a vencer surpreendentemente por 2-1.
O Benfica assumiu a posse de bola no início da 2ª metade e teve logo uma boa chance para igualar. Ricardinho viu bem Zé Maria solto na ala contrária, mas o remate deste saiu demasiado cruzado.
Mas a eficácia do Boavista era impressionante. Num lance fantástico de Guga, Rogério Vilela ficou pelo caminho, Bruno Tavares também e estava feito um inacreditável 3-1.
O Benfica acusava algum nervosismo perante um cenário improvável e tentava finalizar de todas as formas, normalmente mal.
A pressão ofensiva, todavia, aumentava consideravelmente, ante um adversário extremamente solidário a defender.
A habitual táctica enervante do GR Alex, chamando constantemente o seu massagista, colocava os nervos em franja aos seus adversários, pois mesmo assistido fora de campo, não era substituído.
A desinspiração encarnada era mais que notória e o seu atabalhoamento ofensivo até permitia ao Boavista sair em contra-ataques bem perigosos. Assim, a meio da 2ª parte mantinha-se o 3-1 e uma vitória do Boavista começava a ganhar alguma consistência.
E como tudo corria bem à equipa de Rui Pereira, surgiu mesmo o 4-1, num golo de manifesta felicidade. A bola sobra para o remate de meia-distância de Ricardo Pereira, toca num adversário e trai o GR Bruno Tavares.
O Benfica respondeu de imediato, mas Alex efectuou mais uma defesa assombrosa.
E nos períodos de maior sufoco dos campeões nacionais, lá ficava Alex no chão para ser novamente assistido. O público é que não gostava mesmo nada.
A 7 minutos do fim, Rogério Vilela surgiu como GR avançado e foi o Boavista que esteve perto de aumentar a vantagem, com Natanael Júnior a permitir a defesa ao GR improvisado. Na resposta, André Lima reduziu para 4-2, renascendo algumas esperanças.
Pouco depois, Lipa rouba uma bola, caminhava isolado para a baliza, mas foi agarrado por André Lima. O capitão do Benfica viu justamente o cartão encarnado.
Os axadrezados ficavam em superioridade numérica, dilatada com nova expulsão no adversário. Ricardinho viu o 2º amarelo.
A equipa de Rui Pereira, a 3 minutos do fim, tinha tudo para conquistar a Supertaça. Quase bastava gastar o tempo restante.
E foi mais ou menos isso que sucedeu, com os panteras a conquistarem o seu primeiro troféu na divisão máxima do futsal português.
Fonte: FutsalPortugal
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