O Sporting confirmou a sua época de excepção ao bater claramente o Benfica por 9-5, conquistando o único troféu nacional que faltava nas suas vitrinas.
Poucos esperariam que os leões se superiorizassem de maneira tão evidente, até pela amostra da véspera, numa altura em que as águias ameaçavam voar de forma imperial. Todavia, durante os 40 minutos, os pupilos de Paulo Fernandes foram sempre mais capazes, evidenciando uma disponibilidade para o jogo a todos os títulos notável, perante um Benfica sem chama, extremamente dependente de um Ricardinho que não repetiu exibições recentes. Por outro lado, quem espalhou magia durante todo o fim-de-semana foi Deo, que arrasou literalmente com a resistência alheia, bem secundado pelo capitão Zézito.
Mas nem tudo foi perfeito. A meio da 2ª parte, Adil Amarante jogou tudo com a colocação de um GR avançado, o jogo mudou de forma radical e quando o 7-5 surgiu, pairou no ar uma recuperação sensacional, tal a forma desastrado como o Sporting defendia. Foi altura do técnico leonino responder na mesma moeda, estilhaçando o adversário, até a nível psicológico, com Pica-Pau e Sidnei a serem expulsos de forma inadmissível
Num jogo com 3 vermelhos directos, António Cardoso e Pedro Paraty deram um recital de bem apitar, conduzindo o jogo de forma exemplar.
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Comentário ao jogo
A 1ª parte foi extremamente movimentada e com muitas oscilações, empolgando os espectadores que lotavam o Pavilhão Multidesportos de Coimbra.
O Benfica entrou muito decidido no jogo e André Lima teve logo nos pés duas boas situações para finalizar com êxito, mas não conseguiu vencer o duelo com João Benedito.
Com as equipas a actuarem nos limites da agressividade, o Sporting demorou algum tempo a entrar verdadeiramente no jogo, mas quando o fez, apareceu em todo o seu esplendor, evidenciando uma grande desenvoltura nos seus movimentos e muita criatividade.
Assim, o golo dos leões surgiu sem grande surpresa, com Paulinho a aproveitar de forma soberba uma falha de marcação.
Adil Amarante mexeu na equipa com as entradas de Sidnei e Wilson e, apesar de alguma dificuldade dos brasileiros nas transições, eles trouxeram maior objectividade às acções ofensivas.
E foi no curto espaço de um minuto que ambos fizeram o gosto ao pé, colocando os campeões nacionais em vantagem.
Foi altura de Paulo Fernandes responder com a entrada de Deo e o pequeno brasileiro voltou a estar como na véspera, ou seja, verdadeiramente endiabrado.
A única diferença é que contra o Piedense foi Nenê a dar expressão a todo o seu Futsal e agora foi o capitão Zézito.
A consequência desta entrada fulgurante do “mágico” do Sporting redundou em 2 golos de Zézito, que colocaram novamente o Sporting em vantagem.
E até ao intervalo, não mais os leões perderam as rédeas do encontro, perante um adversário claramente mais desinspirado.
O 3-2 marcava então a superioridade dos verde e brancos.
Se a primeira parte não correu nada de feição aos campeões nacionais, a nova etapa ameaçou ser mesmo completamente desastrada.
O Benfica atacava de forma desenfreada, com pouco critério, e abria autênticas auto-estradas para as rápidas transições ofensivas de um adversário consistente e confiante.
Assim, foi com estranha naturalidade que o Sporting chegou ao 5-2, em duas perdas de bola incríveis de Pica-Pau e Ricardinho. Primeiro, foi Deo a ir de costa-a-costa, batendo Zé Carlos com toda a classe; depois, foi Bibi a explodir pela ala direita, oferecendo literalmente o golo a Andrézinho.
Os campeões nacionais estavam completamente à deriva e o abismo ficou ali tão perto quando, a meio desta etapa, Zé Carlos saiu fora da área e interceptou com as mãos um remate do isolado Gonçalo Alves, para além do ter ceifado autenticamente com os pés. Expulsão lógica e inevitável!
O 6-2 surgiu com naturalidade, com Zézito a completar um “Hat-Trick”, após assistência de Evandro.
A festa verde e branca já se fazia sentir tal o panorama que se verificava, ma foi então que Adil Amarante, sentindo a incapacidade da sua equipa, assumiu o risco total, a 9 minutos do fim, com a colocação de Ricardinho como GR avançado.
O Benfica passou de imediato a criar grandes desequilíbrios e a ameaçar em todas as jogadas a baliza de João Benedito, mas foi o Sporting que chegou a novo golo, num remate duma baliza a outro de Evandro.
Contudo, os encarnados não se desuniram e, perante a forma defeituosa como o adversário defendia o 5x4, iniciaram uma fantástica recuperação, quando pareciam moribundos.
No espaço de 4 minutos, o Benfica criou cerca de 6 oportunidades flagrantes de golo, concretizando 3, o que colocou o resultado em 7-5, ainda com 5 minutos para se jogar.
Ricardinho, Sidnei e André Lima foram os homens que fizeram sonhar os muitos benfiquistas presentes no Multidesportos de Coimbra.
A equipa do Sporting estava completamente perdida e foi então que Paulo Fernandes, com grande sagacidade, colocou Evandro como GR avançado, dada a necessidade premente da sua equipa voltar a ter posse de bola, controlando assim o sufoco a que estava sujeita.
Esta aposta de risco valeu, simplesmente, a 1ª Taça de Portugal para os leões, pois os encarnados voltaram a dar sinais de grande instabilidade, tentaram roubar a bola depressa demais e permitiram novamente que o seu adversário assumisse o controlo do jogo, com a baliza de Toni a viver períodos de grande apuro.
E como os jogadores do Benfica não conseguiram lidar com esta nova situação, perderam por completo o equilíbrio emocional, com Pica-Pau a “varrer” autenticamente Paulinho, quando a bola já nem sequer estava no esquerdino do Sporting. Consequência: o pivot encarnado viu o consequente cartão vermelho e permitiu ao seu compatriota sentenciar a partida, da marca dos 10 metros, com 8-5 a 2 minutos do fim.
O Sporting voltava então a dominar tranquilamente e Gonçalo Alves, a 1 minuto do fim, ainda estabeleceu o resultado final, com Rogério Vilela na baliza, perfeitamente impotente para travar um “bico” bem colocado.
A poucos segundos do fim, Sidnei também perdeu as estribeiras e também foi expulso, por agressão a Bibi, o que gerou um “sururu” evitável, mas felizmente sem consequências de maior.
Vitória incontestável do Sporting.
Fonte: FutsalPortugal
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